Cinco passos para manter a saúde dos óvulos
3 de setembro de 2020Especialista em reprodução humana fala sobre os hábitos e cuidados para preservar a fertilidade feminina.
Ao contrário do que muitos acreditam, a mulher não produz óvulos durante a vida. Ela já nasce com um número pré-determinado de folículos e, com o passar do tempo, não apenas a quantidade vai diminuindo, mas também a qualidade deles. Uma série de fatores influencia na saúde reprodutiva da mulher: alimentação, hábitos de vida, tabagismo e alcoolismo, por exemplo.
Por isso, não basta apenas manter uma rotina de visita ao ginecologista e garantir que não tenha nenhum problema mais grave no sistema reprodutivo, como endometriose ou doenças sexualmente transmissíveis. É preciso tomar alguns cuidados no dia a dia para conservar a qualidade dos óvulos.
O ginecologista e obstetra, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em medicina reprodutiva da clínica Vida Bem Vinda, aponta cinco passos para preservar a saúde dos óvulos.
Tenha uma alimentação saudável
A atenção com a alimentação na reprodução humana se intensificou nos últimos anos. Alguns estudos recentes apontam que o consumo elevado de alimentos gordurosos, como os conhecidos fast food, causam uma inflamação do corpo e do sistema reprodutivo, desta forma, deixando-o ineficiente. Por isso, pacientes que se alimentam mal podem apresentar dificuldades para engravidar. A recomendação é ter uma alimentação baseada em comida de verdade, evitando ao máximo os industrializados, mesmo aqueles que apontam na embalagem serem integrais ou orgânicos.
Durma bem
O ser humano foi feito para dormir em torno de 7 a 8 horas por noite, ou seja, é programado para dormir cerca de um terço de toda a vida. Quando a mulher não descansa o tempo suficiente, o sistema reprodutivo é um dos primeiros a sofrer a consequência, pois o organismo entende que existe algo errado e, portanto, não é o momento ideal para reproduzir, dificultando a fecundação.
Abandone o hábito de fumar
Estima-se que as mulheres que fumam apresentam chances cerca de 60% maior de sofrer com a infertilidade e, além disso, também podem ter a menopausa antecipada em 1 a 4 anos. Trata-se do pior hábito que uma mulher pode adotar, quando falamos do sistema reprodutivo. O recomendável é abandonar o cigarro, mesmo que o consumo diário seja baixo, pois ele possui muitas substâncias tóxicas, que chegam no ovário, danificando e reduzindo a reserva de óvulos.
Reduza o consumo exagerado de cafeína
O consumo de 500mg por dia de cafeína (cerca de cinco xícaras de café) está associado a um risco 45% de infertilidade na mulher. A orientação é reduzir o consumo de cafeína progressivamente, pois cortar totalmente a cafeína pode causar sintomas de abstinência, como a dor de cabeça. É importante ressaltar que a substância não está presente apenas no café, mas em produtos pré-treinos, chás, chocolates e algumas cápsulas utilizadas para aumentar a energia.
Planeje-se
O principal fator que prejudica a queda da quantidade e a saúde dos óvulos é a idade da mulher. Ao longo da vida, as mulheres perdem cerca de mil folículos por mês (estruturas que contém óvulos). Além disso, há uma queda também da qualidade dos óvulos ao longo dos anos, especialmente após os 35 anos. Além de a idade avançada diminuir as chances de gravidez, aumenta-se o risco de se formar um embrião não saudável (alterado geneticamente).
Atualmente, a reprodução humana permite que as mulheres preservem sua fertilidade, por meio do congelamento de óvulos, e quanto mais cedo essa decisão for tomada e quanto maior o número de óvulos, maiores as chances de sucesso no processo de fertilização no futuro. Caso não esteja nos planos engravidar cedo, seja qual for o motivo, procurar conhecer o procedimento visitando um especialista, pode ajudar a esclarecer qual a melhor decisão a ser tomada. A dica é não deixar para explorar as opções muito tarde e, de preferência, até os 35 anos de idade.
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