O Impacto da Pandemia de COVID-19 nas Taxas de Gravidez Clínica em Fertilização in Vitro
21 de março de 2025A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos para várias áreas da saúde, incluindo a fertilidade. Estudo recente realizado em um centro de fertilização assistida no Brasil analisou o impacto da pandemia nas taxas de gravidez clínica em ciclos de fertilização in vitro (FIV). Ao comparar os dados de 2018 e 2019 (período pré-pandemia) com os de 2020 e 2021 (período pandêmico), os pesquisadores puderam avaliar como as mudanças nas práticas clínicas afetaram os resultados de tratamentos de FIV.
Entre as 756 análises de ciclos de FIV, 360 ocorreram antes da pandemia, e 396 durante a pandemia. O estudo revelou que, embora fatores como a faixa etária das pacientes e as taxas de fertilização e clivagem (desenvolvimento embrionário) não tenham apresentado mudanças significativas, outros aspectos das práticas de FIV foram profundamente impactados. Durante a pandemia, houve uma diminuição nos ciclos de FIV com transferência de embriões a fresco, enquanto o número de ciclos com transferência de embriões descongelados aumentou. Essa mudança foi uma resposta às restrições impostas pelas medidas de distanciamento social e segurança.
Um dos efeitos mais notáveis foi o aumento nos cancelamentos de ciclos de FIV com com transfrência de embriões a fresco (quando os embriões são transferidos no ciclo de estímulo ovariano), que subiram significativamente durante a pandemia. Além disso, as taxas de transferência de embriões (TE) também diminuíram. Esses fatores contribuíram para a queda nas taxas de gravidez clínica observadas durante este período, com um impacto negativo substancial nas chances de sucesso das pacientes. A análise estatística indicou que a pandemia teve um efeito significativo sobre as taxas de fertilização e os resultados da gravidez clínica, com uma redução considerável nos resultados positivos.
Apesar desses desafios, o estudo revelou uma alternativa promissora para continuar os tratamentos de FIV durante a pandemia. Os ciclos de transferência com embriões descongelados mostraram uma opção viável para manter as chances de gravidez clínica. Embora as taxas de sucesso desses ciclos fossem mais baixas em comparação com o período pré-pandemia, a abordagem permitiu que os tratamentos de FIV continuassem oferecendo uma solução para as limitações impostas no período.
Em conclusão, a pandemia de COVID-19 teve um impacto negativo nas taxas de gravidez clínica em fertilização in vitro, principalmente devido ao aumento dos cancelamentos de ciclos de transferências a fresco. Este estudo destaca a importância de adaptar as práticas clínicas às novas realidades, oferecendo alternativas para que os casais ainda possam ter a chance de realizar o sonho da parentalidade..