Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) afetam a fertilidade?

O diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (IST) pode assustar algumas pessoas e uma das principais perguntas feitas em consultório é se essas doenças podem afetar a fertilidade e, se sim, como. Muitas infecções não causam, em si, a infertilidade, mas dificultam o tratamento de pessoas que já têm uma dificuldade maior para engravidar. 

Uma informação importante sobre as ISTs é que, atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a maioria das pessoas diagnosticadas com uma IST tem infecções por clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase. Essas infecções aparecem, principalmente, nos órgãos genitais, mas podem surgir em outras partes do corpo como, por exemplo, a boca, olhos, língua, palmas das mãos. 

Entre o grupo de infecções sexualmente transmissíveis, que podem ser causadas por diversos vírus e bactérias, apenas clamídia e gonorreia estão associadas diretamente à infertilidade, por comprometerem diretamente o sistema reprodutivo. É estimado que entre 10% a 40% das mulheres infectadas por clamídia e gonorreia (não tratadas) desenvolvem a doença inflamatória pélvica (DIP), afetando útero, tubas uterinas e ovários. 

Entre homens, embora mais limitadas, é possível ver evidências clínicas e patológicas semelhantes. A relação entre gonorreia e/ou clamídia à condições como uretrite e orquiepididimite – inflamação da uretra e dos testículos e ducto onde acontece a maturação e armazenamento de espermatozóides, respectivamente – estão entre as principais causas da infertilidade masculina.

E vale lembrar que qualquer IST aumenta as chances de contrair o vírus do HIV – uma doença que apesar do controle feito por medicamentos, ainda pode ser evitada com uso adequado de preservativos.

 

Diagnóstico de ISTs

É importante que haja um trabalho de prevenção, com uso de preservativos e a rotina de manter os exames em dia. Esse diagnóstico pode ser feito através de exames laboratoriais que identificam as infecções. Exames como: de sangue, de fluídos e urina. 

O “teste de rastreio”, como é chamado, quando não há sintomas, é super importante para o conhecimento das pessoas. Ele é realizado em pessoas de 13 a 64 anos.

 

Prevenção 

O contraceptivo que evita gravidez indesejada e previne as infecções sexualmente transmissíveis continua sendo o mesmo: a camisinha. Segundo a própria OMS, é um dos métodos mais efetivos se usado corretamente e de uma maneira consistente. E vale destacar que, tanto a camisinha masculina como a feminina tem o mesmo grau de relevância e segurança.

Outra estratégia importante de prevenção é o diagnóstico e o tratamento precoce das infecções. Quanto mais tempo levamos para diagnosticá-la, mais difícil é o tratamento e a cura – fazendo com que a pessoa perca qualidade de vida. É muito importante que o médico esteja ciente do tratamento e acompanhe o paciente para que seja analisado e traçado um planejamento para o paciente preservar sua fertilidade. 


*Fontes usadas: Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde – Governo Federal.